CCB Hinos - Carta de Desligamento Irmao RENY DO AMARAL

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Carta de Desligamento Irmão RENY DO AMARAL



CARTA DE DESLIGAMENTO
TERESÓPOLIS 20/04/2008

À

CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

TERESÓPOLIS – CENTRAL

POR: RENY DO AMARAL CARNEIRO JUNIOR.

Venho aos irmãos, por este importante documento, expressar minha mais íntima gratidão por tudo que recebi tanto das vossas mãos, como das mãos do nosso Amado Deus através desta prezada igreja. Gostaria antes de tudo, de deixar claro o meu profundo amor por todos os irmãos da CCB, que comigo lutaram as minhas guerras, que combateram os meus combates, que choraram o meu pranto e também venceram as minhas vitórias de forma intrínseca e absoluta, sem olhar as dificuldades que esta vida nos apresenta, mas cumprindo a Palavra de Deus que nos ensina a “… se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram…”. Para estes que cumpriram este propósito participando da minha vida, mesmo não estando junto de vós de corpo presente daqui para frente, nosso espírito sempre testificará que somos FILHOS DE DEUS.


Graças dou a Deus pela vida de cada um de vós e, mesmo correndo o risco de não ser compreendido, deixo o meu coração aberto (assim como as portas da minha casa), para qualquer um de vós que sentir alegria em compartilhar ainda comigo das coisas celestiais, pois o meu maior desejo é que todos os caros irmãos sejam felizes debaixo do doce amor de Jesus Cristo, ensejando, de coração, encontrar-vos no céu para, de fato, cantarmos o hino da vitória.

Passo, a partir de agora, a comunicar oficialmente ao corpo ministerial e a toda a igreja em si, o meu desligamento de forma integral desta instituição, mostrando aos irmãos os verdadeiros e sinceros motivos, pelos quais tomei tal decisão.

Como a maioria dos irmãos tem ciência da minha vida (pois ela sempre foi um “livro aberto” diante da igreja), resumo aos mais interessados que nasci e cresci nesta instituição. Hoje me encontro com 27 anos, casado e com uma filha de três anos que o Senhor Jesus nos tem preparado pela sua infinita misericórdia. Sou encarregado de orquestra da igreja supra citada há, aproximadamente, cinco anos. Tenho liberdade de forma comum e nada em meu “histórico” que tenha cometido que desabone minha conduta diante de Deus e da cara irmandade.

Sinto-me frustrado por precisar escrever esta carta, pois isto era algo que jamais sonhei em fazer diante de uma igreja, entretanto, não me restou nenhuma opção plausível capaz de amenizar ou dirimir tamanha dor que hoje assola o meu peito, bem como o da minha família. Não uma dor de ódio ou rancor, de maneira alguma (pois não é isso que aprendo pela Palavra de Deus), mas uma dor de lamento. Lamento por lutar uma vida inteira por uma igreja que, mesmo me ouvindo apregoar o som do evangelho de maneira íntima e sincera, não me aceitou assim como sou, não aceitou a minha família tal como ela é e, conseqüentemente, não aceitou a minha pregação. Por esses e outros motivos, digo aos irmãos e principalmente ao ministério da igreja que lamento.

Lamento profundamente a posição doutrinária de uma igreja tão grande, tão organizada, com quase 100 anos de existência, mas com o orgulho do tamanho ou até maior que sua idade. Lamento ter que trabalhar o dia inteiro para levar o pão para minha família e, depois de toda a fadiga e cansaço do dia, ir à igreja esperando poder descansar nas doces palavras de Jesus que dizia “… meu julgo é leve e meu fardo é suave…”, mas ao invés disso, ouvir palavras ásperas e absurdas como “… a CCB é a única igreja verdadeira, o caminho santo e estreito que conduz a salvação… largo e espaçoso é o caminho das outras igrejas… que conduz a perdição”. Lamento por esta igreja não abrir mão de sua posição quanto a esta passagem bíblica entendendo que o caminho estreito diz respeito a Jesus “… eu sou o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai senão por mim…” enquanto que, o caminho largo e espaçoso diz respeito ao mundo e suas práticas e não às outras igrejas evangélicas, vejamos: “… o mundo jaz do maligno…”. Lamento ter que assistir uma igreja passar um século inteiro lutando contra seus próprios irmãos apenas por pertencerem a outras igrejas, ou seja, contra a carne e contra o sangue.

Portanto, deixo claro aos irmãos, que estou deixando esta igreja não por orgulho, ganância, fins financeiros, políticos e nem doutrinários, pois enquanto eu pude me alimentar espiritualmente e honrar o meu ministério entre vós eu o fiz, mas agora não há mais alimentação, não há mais pregações inspiradas, não há mais o mesmo cuidado com as pessoas como outrora, mas sim com a imagem da igreja e, sendo assim, não posso esconder de vós que não conheço o Jesus que morreu por instituições, antes sim, o Jesus que morreu por pessoas naquela cruz. Na verdade, estou tentando dizer, que se eu quiser continuar a pregar e a viver o evangelho do amor de Jesus, não tenho outra escolha que não seja me retirar, isto é, diante de tudo isso, me faltou opção.

Tudo isso porque, na CCB, ainda que de forma tácita, a “doutrina” se tornou mais forte que o amor, contrariando uma importante passagem bíblica que diz: “… agora, pois, permaneçam a fé, a esperança e a caridade, porém, a maior destas é a caridade…”.

Ora, estas e outras divergências têm sido colocadas de forma incisiva pelo ministério da igreja como doutrina bíblica universal e imutável, assim como o uso do véu, corte de cabelo, uso de jóias e outras que os irmãos já conhecem justamente por fazerem parte desta instituição. Mas, baseado na “doutrina das doutrinas”, que é o AMOR, eu, infelizmente, rechaço (rejeito) todo e qualquer destes ensinamentos que protegem a instituição como “santa” e denigrem a imagem e machucam as pessoas que transgridem estas supostas “receitas” para se alcançar o céu. E digo aos irmãos, de mais puro e sincero coração, que tentei, juntamente com minha família, me alimentar espiritualmente entre vós, mas com o passar do tempo, estas observações tomaram o lugar do “… levanta e anda…”, do “… ide e pregai o evangelho a toda a criatura….”, do “….vinde como estais…” e, principalmente, da resposta dada ao ladrão da cruz “…ainda hoje estarás comigo no paraíso…”.

Por isso cito aqui o orgulho deste corpo ministerial, que não compreende que Jesus não disse ao ladrão que ele deveria descer da cruz e cumprir tal doutrina para então ser salvo posteriormente. Antes, Ele o salvou porque aquele ladrão, olhando em seus olhos, o amou intensamente reconhecendo que Ele não era “um” rei qualquer, mas que ele era O REI JESUS. E mesmo que alguém venha dizer: “..mas a situação do ladrão foi uma exceção…”, pois bem meu meus irmãos, isso seria mais um motivo para acreditarmos que para amar, de forma plena, às vezes precisamos quebrar as regras. As regras do orgulho, as regras da doutrina humana e até as regras da própria razão, pois, de fato, nenhum destes sentimentos correspondentes destes últimos itens (orgulho, doutrina e razão), têm poderes suficientes para rasgar as nuvens e adentrar aos céus com a autonomia e a autenticidade dada por Deus ao mais nobre de todos os sentimentos….O AMOR. Por isso, meus caros, Jesus não se ateve a excepcionalidade da situação do ladrão, mas ao fato de que ali pregado, estava mais um ser humano….e onde há um ser humano, vale tudo pra salvá-lo – até deixar o trono e tornar-se como um mero mortal (como ele fez por nós).

Meus irmãos, a receita para alcançar o céu chama-se Jesus Cristo! E Ele não veio pregar o evangelho das condutas externas como saias longas, cabelos compridos, barbas feitas, ternos e gravatas ou coisas do gênero (porque este tipo de convívio já era praticado pelos Fariseus), antes, Ele veio pregar o evangelho do amor, Ele morreu apaixonado por nós, apaixonado por vós, apaixonado pelo mundo. Ele não exigiu nada de nós, nenhum encargo, nenhum peso, nenhuma paga, porque a dívida herdada pela raça humana para com Deus pelo pecado de Adão, que até então homem nenhum havia conseguido pagar, foi extirpada pelo sangue de Jesus na cruz e ponto final.

Em virtude disso, afirmo aos irmãos, que não posso ir contra as escrituras sagradas, sacrificando minha família por uma dívida que já está paga há mais de 2000 anos. Que não posso continuar a assistir o sangue de Jesus sendo “anulado” na vida da minha família (e de tantas outras pessoas), por conta de um brinco ou calça que elas usem ou deixem de usar - pois quem convive com ela sou eu! Mas a igreja se sente mais apta do que a minha própria pessoa para falar sobre o grau de santificação da minha própria família.

Afirmo ainda, embasado na Palavra de Deus, que não vou criar a minha filha debaixo de um julgo pesado e desigual originado em uma interpretação equivocada da Bíblia. Interpretação esta propagada por uma igreja legalista e, conseqüentemente, exclusivista, que não se importa com o que você é por toda a vida, mas sim com o que você está sendo naquele momento, mesmo que seu comportamento seja transitório, ou seja, alguém pode ser íntimo de Deus em orações, pode amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, mas se estiver usando uma maquiagem, uma calça ou brinco, que seja, automaticamente a igreja anula todo o seu esforço e apaga suas demais condutas diante de Deus, considerando que, para sermos diferentes do mundo precisamos usar roupas, cabelos e coisas que denotam aparência externa, enquanto a bíblia nos diz para sermos “…fracos para ganhar os fracos…”.

Não posso conduzir minha filha por um caminho que a levará a entender que ela é melhor do que os outros crentes porque usa saia longa, não corta seu cabelo e teve o privilégio de nascer na “graça maravilhosa”, ou seja, a CCB. Antes, quero ensiná-la que a verdadeira graça de Deus é infinita e impalpável. Que quando ela acordar pela manhã e sentir o sol atravessar a janela do seu quarto, ela poderá dizer com toda a segurança: “… obrigado, Senhor, por esta graça…”. Quero fazê-la entender que tudo o que o ser humano recebe sem ter que lutar por aquilo é uma GRAÇA. Que o sol é uma graça, que a lua é uma graça, que a chuva é uma graça, bem como o ar que respiramos, enfim, todo o favor imerecido, É UMA GRAÇA.

E, lamentavelmente, por não partir desta premissa, os ministros da CCB têm situado a graça de Deus como se ela se estabelecesse em um lugar físico, tal como, aqui, ali ou acolá a transformando em algo de caráter material e, o que é pior, setorial também.

O que vivi até aqui entre os irmãos, vivi! O que senti até aqui entre os irmãos, senti! O que ouvi, ouvi. O que preguei, preguei e agradeço a Deus por tudo, assim como no início desta carta. Mas sinto que este é o momento de voar, de quebrar as paredes deste calabouço, de romper as grades desta imensa gaiola e voar, porque fomos feitos para ser livres e, confesso aos irmãos, que minha alma clama para conhecer o restante do Jesus que apenas comecei a conhecer na CCB, mas que nem ela própria, como igreja, reconhece seu tamanho e infinidade, limitando o corpo de Dele (Cristo) a apenas alguns de seus membros que cumprem aquilo que acham que é certo. Mas digo aos caros irmãos, que há vidas lá fora. Que há muita gente lá fora que precisa ser salva pelo sangue do cordeiro e não pela conduta dos seus corpos, pois “…quem crê e for batizado será salvo…”.

Portanto, caros irmãos, não posso passar a minha vida inteira amando apenas aqueles que me agradam e repetem os meus rituais diários, pois Jesus amou exatamente aqueles que não cumpriram tais rituais (prostitutas, ladrões, endemoniados…). Mas deixo esta carta aos irmãos como um sinal de advertência, pois eu espero ansiosamente pela reforma doutrinária desta igreja, para que, um dia, não haja mais discriminação aos nossos irmãos de outras igrejas evangélicas e nem aos nossos próprios irmãos que não andam segundo os ensinamentos sobre condutas externas da igreja (roupas, pinturas, cabelos…), que o ministério chama carinhosamente de “doutrina”. Para que possamos não chamá-los mais de “primos”, mas sim de irmãos em Cristo Jesus, levando em conta que não foi assim o procedimento das sete igrejas da Ásia, que curiosamente eram completamente diferentes em seus usos, costumes e liturgias (formas de culto), e, nem por isso, se desconsideravam reciprocamente. E mesmo se assim o fizessem, Deus não aceitaria esta discriminação, pois a maior prova disso está nas cartas que ele mandou que João escrevesse para cada uma, ou seja, as igrejas da Ásia eram diferentes entre si, mas o Senhor Jesus tinha uma única finalidade para todas elas: conduzi-las a salvação e, portanto, ele queria atender às necessidades de cada uma ao invés de fazer comparações entre uma e outra. Na verdade, Ele não fez nenhuma comparação.

Nós, da CCB, temos realmente que aceitar que, para pregar a Palavra, precisamos conhecê-la de forma profunda, pois se fizéssemos isso há mais tempo, saberíamos a diferença entre uma verdadeira seita religiosa (que nasce embasada em uma heresia), e uma verdadeira igreja evangélica (que nasce embasada nos princípios verdadeiros de fé deixados por Jesus), princípios estes que para os ministros à frente da CCB, são inteiramente desconhecidos, o que gera uma confusão em suas mentes sobre quais igrejas possuem características sectárias e quais não, antes, para eles, tudo o que não se chama “Congregação Cristã no Brasil”, não pode alcançar o céu. Afirmação desastrosa e lamentável para uma organização com tanto tempo de vida e tão extensa como a CCB.

Sendo assim, peço encarecidamente aos irmãos que repensem suas opiniões sobre estes e outros assuntos e deixem de julgar as pessoas apenas pela sua aparência ou roupas, brincos, etc. e passem a vê-las primeiro pelo coração, ou seja, de dentro pra fora, assim como Jesus o fez, pois se Ele não fizesse isso, e consequentemente observasse primeiro a aparência (de fora para dentro), a primeira pedrada na cabeça de Maria Madalena, partiria Dele mesmo.

Creio que, fazendo assim, a CCB deixará de lançar pessoas machucadas no território sombrio da solidão psicológica e aprenderá que o nosso Deus da remissão é o mesmo Deus da restituição. Aprenderá também a acreditar mais nas pessoas, a investir mais nelas e a amá-las mais, trazendo-as para o calor do seu seio e não as matando na frieza de sua opinião, como hoje freqüentemente tem acontecido.

Por essas e outras situações, não posso continuar a caminhada junto aos irmãos, mas afirmo a todos os que realmente me amam e amam minha família, que estarei firme aos pés de Jesus Cristo, orando por todos onde quer que eu esteja para que Deus mude a realidade desta igreja e faça com que as pessoas que aí estão, possam, um dia, ter o prazer de caminhar sem o desconforto do terror psicológico, causado por tantas regras e mandamentos infundados, construídos sob o alicerce do orgulho durante esses longos 100 anos de existência e pregado veementemente pelo ministério da igreja. Sinto muito ter que dizer que uma igreja é a pós-figuração de seus líderes. Por isso, alguns irmãos entre nós possuem a mesma opinião que a minha, mas, ainda amarrados pelo medo daquilo que é pregado, não conseguem expor seus verdadeiros sentimentos. E, com isso, sujeitam suas famílias a pregações como “… a graça não é de quem quer, nem de quem corre, mas de quem Deus usa de misericórdia…”.

Espero que algum dia, pelo ministério da CCB, a salvação seja pregada pela fé e não pelas obras, “… que a vida valha mais que o mantimento e que o corpo valha mais que o vestido…”, que o sacrifício de Jesus seja realmente maior que o pecado humano, porque, até agora, estes valores estão completamente invertidos na mente e no coração dos homens que dirigem esta igreja.

Mas, se tem algo que aprendi com tudo isso, é que RELIGIOSIDADE nada tem haver com ESPIRITUALIDADE. Quem é religioso, enxerga uma determinada religião com seus ensinamentos que, depois de cumpridos com muito sacrifício, levarão a Jesus. Mas quem é espiritual, enxerga Jesus de forma direta e absoluta e, obedecendo-o, se entrega a ele, produzindo conseqüentemente em seu ser, boas obras (como fruto da aceitação ao Espírito Santo). E aí está a inversão de valores! Jesus disse. “… guarda o que tens para que ninguém tome e tua coroa…” vejam; a coroa já foi dada quando ele disse: “… está consumado…” naquela cruz.

Portanto, não temos que aceitá-lo como único e pessoal Salvador e ainda escalar um paredão de doutrinas para ver se então, por méritos próprios, herdamos o céu. Na verdade, quando o aceitamos, temos que lutar “… contra as hostes do mal nos lugares celestiais…” para não perdermos a coroa para o ladrão e salteador que é satanás. Coroa esta, meus amados, que já foi dada como vimos acima, ou seja, Jesus já pagou por nós, agora, exercendo nosso livre arbítrio, apenas aceitamos e homologamos tal ato protegendo a coroa que nos foi cedida única e exclusivamente pela sua graça e correndo “… a carreira que nos está proposta”.

Estou deixando esta igreja com a mesma dignidade com que fui criado nela. Gostaria muito de não ouvir que “… caí da ‘graça’…”, ou que “…fui levado pelo ‘vento’ da Palavra…..” ou ainda que “…me tornei um ‘sectário’…”, pois o meu maior desejo é alcançar o céu, como todos os irmãos e, para tanto, vou continuar a jornada debaixo do verdadeiro evangelho de Cristo, porém, em outra instituição (igreja). Igreja esta que não vai “crucificar” a minha família apenas por conta de sua conduta externa, antes, pregará o evangelho da graça, deixado não por um Deus que observa roupas e enfeites, mas um Deus que “… sonda os rins e os corações…”. Por isso, peço aos irmãos e, principalmente ao ministério, que, após a minha saída, não façam declarações lamentáveis como: “… só pertencem a Deus, aqueles que permanecem ‘firmes’ nesta graça…” ou: “… não vigiou, o adversário o levou…”. Peço encarecidamente aos irmãos, que se não for para falar bem da minha família, então que não falem nada, pois a Palavra de Deus condena também os maldizentes.

E não hesito em confirmar que, sendo fiéis, nos encontraremos no céu para formar a igreja verdadeira de Jesus, não composta por placas denominacionais, mas por gente, por humanos, por vencedores e, ainda melhor, gente que não integrou as suas igrejas terrestres construídas de alvenaria a ponto de considerá-la superior a Jesus, mas gente que integrou a santa, irrepreensível, invisível e verdadeira igreja de Cristo, aquela que pairou entre o céu e a terra por todo esse tempo e que, só aceita dentro de si, aqueles que verdadeiramente “… amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos…” de forma sincera.

Baseado no disposto acima, coloco-me a disposição dos irmãos para melhores e maiores esclarecimentos a respeito dos assuntos aqui tratados e até de outros, deixando claro que, nesta exposição, não expressei 1/3 das minhas colocações quanto aos ensinamentos da igreja por não achar viável nem prudente, cabendo ao irmão interessado no referido assunto, me procurar para obtenção das explicações que não se fizeram possíveis aqui por conta da limitação do caráter deste documento como “carta de desligamento”.

Aqui também, abro mão de todos os benefícios e direitos que adquiri enquanto membro desta igreja, bem como, me isento de todo e qualquer dever ou obrigação sobre o qual, durante todo o tempo, me fiz participante, me desligando completamente da Congregação Cristã no Brasil, para efeitos meramente legais.

Agradeço novamente a Deus e a todos os irmãos que, de forma sincera, buscam o reino dos céus, estando à disposição de todos em qualquer tempo e lugar, com o coração aberto para aprender aquilo que realmente ensina a palavra de Deus, principalmente em minha casa, para recebê-los sempre que seja a vossa vontade.

A Deus, por Jesus Cristo, seja dada toda a honra, toda glória, todo o poder, todo o louvor, todo o império, toda a majestade, todo o domínio pelos séculos dos séculos amém.

Desde já, agradeço a todos,


RENY DO AMARAL CARNERIO JUNIOR

RUA PAULO LOSSIO, 26 BLOCO A1 APTO. 304 ARARAS

TERESÓPOLIS – RJ

TELEFONES: (21) 2642-1499 / 2642-7860 / 9638-0123

CENTRAL TERESÓPOLIS



_____________________________________

RENY DO AMARAL CARNEIRO JUNIOR

Fonte:
Jurista CCB

Postado em: 02/05/2008 | 23:19:15

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Comentários
  Nome: Silvio Muniz Em: 16/08/2017 | 02:06:49 E-mail: - silvio.muniz@trf1.jus.br
Comentários:
Caro irmão. Você está certo no seu ponto de vista e o resto da irmandade que está contra você está certa no ponto de vista dela. Cada um possui uma consciência para com Deus e ninguém tem o direito de julgar ninguém. Conheci gente que ficou na ccb a vida inteira e deixou sinais nítidos na hora da morte de que não foi com o Senhor e outros que se afastaram mas preservaram a fé, o batismo e o Espírito Santo e, na hora da partida, estavam cercados de anjos. Igreja não salva ninguém, mas pode levar para o inferno. Só o Senhor Jesus pode salvar, dentro e fora da igreja. Cuide se bem irmão e tome cuidado para não cair nas ciladas do maligno, colocando suas razões na frente da humildade, que, ao que parece, não lhe falta. Siga a Palavra, que é Cristo e o Espirito o guiará em toda a verdade e justiça. E aos que permanecem na congregação, se estão com coração puro, que permaneçam, mas cuidado com julgamentos. Ninguém é nada, dentro ou fora da igreja. Se não for a misericórdia de Deus, vai todo mundo pro inferno com véu, com instrumento, com saia longa, com púlpito e tudo mais. Oremos uns pelos outros para que o Senhor, naquele dia possa salvar a todos nós, onde quer que estejamos (obedecendo sua Palavra, claro). Ossê Shalom. A paz de Deus.

Responder para: Silvio Muniz

 
  Nome: ISAC Em: 01/08/2017 | 17:43:17 E-mail: - EDIMARCIALIMA@HOTMAIL.COM.BR
Comentários:
APAZ DE DEUS PARA COM TODOS IRMANDADE EU
FASSO CONMU NO SAODEUCLECIANO SAOJOSE DO
RIO PRETO CONVIDO A IRMANDADE PARA NOS VIZITAR , CONREÇAO A OBRA DE DEUS SABEMOS
QUE A DEFEITO E MOTIVOS MIS OSMOTIVOS BONS
SAO MAIS DO QUE OS RUIS , TENHO MUITO O
QUERO COMPARTILHA COM VOZ O CAP 18 DE SAO
MATEUS E 15 DE SAO LUCAS . QUEM QUIZER FAZER A
NOS VISITA , DEIXO TELEFONE 988359404

Responder para: ISAC

 
  Nome: Eglair Em: 24/05/2016 | 12:03:41 E-mail: -
Comentários:
As mulheres da Antiguidade, que adoravam a deusa-mãe, não cortavam os cabelos e não usavam calças compridas. Isto porque a deusa-mãe se materializava para os videntes e se apresentava com cabelos longos e usando túnica ou vestido longo. Os povos pagãos adoravam as forças da natureza como o sol, a lua, as estrelas, os planetas, a água, a terra, etc. Os celtas acreditavam que a energia da mãe-terra entrava no corpo da mulher pelo ventre e por esta razão as mulheres jamais usavam calças compridas, pois acreditavam que as calças impediam a entrada da energia telúrica no corpo. Os celtas acreditavam que a energia da terra entrava no corpo do homem pela planta dos pés. Então entendiam que os homens podiam usar calças compridas.

Os homens gregos e romanos usavam túnicas mais curtas que as mulheres. No começo rejeitaram o costume que os homens celtas tinham de usar calças compridas, mas com o passar do tempo aderiram. E assim o costume das mulheres não cortarem os cabelos e não usarem calças compridas foi fazendo parte da tradição.

Para uma deusa, que é um ser espiritual, não há dificuldades em se apresentar de cabelos longos e usando roupa aberta embaixo, mas para as mulheres, que somos carnais é dificultoso seguir tais leis, pois temos o direito de manter a higiene e reduzir a dificuldade que os cabelos longos impõe e também precisamos proteger as pernas e os pés do frio, etc usando roupa e calçado adequado confortável.

Algumas denominações cristãs, por falta de entendimento, e por seguirem a tradição ensinam que a Bíblia não dá as pessoas do sexo feminino o direito de cortar os cabelos e usar calças compridas, ainda que femininas, honestas e modestas. Estes ensinamentos estão fora da Palavra e dificultam a vida das pessoas do sexo feminino.

Os cabelos longos dão muito trabalho e por esta razão muitas irmãs os lavam somente uma vez na semana. O uso contínuo de coque, que é o penteado que mais controla os cabelos longos pode provocar calvície na orla do couro cabeludo. Quando soltos, os cabelos longos, podem se alojar de modo que a mulher sinta vergonha e também chama atenção das outras pessoas. Vejo muitas irmãs segurando os cabelos muito longos com as mãos para impedi-los de se alojarem de forma pejorativa.

Em todos os rituais da Wicca, Santo Daime, Umbanda, Candomblé e das Ciganas as mulheres têm que usar saia ou vestido. Calças compridas jamais. Estas religiões estão fundamentadas nas forças da Natureza.

É muito doloroso para um fiel reconhecer que sua denominação cristã tem erros doutrinários. Precisamos reconhecer que somente o Deus de Israel, o Senhor Jesus e a Bíblia Sagrada são infalíveis.
Entendemos que os ensinamentos sobre cabelo e forte restrição do uso de calças compridas para as pessoas do sexo feminino não alteram a fé genuína, mas está fora da Palavra. O sacrifício já foi feito pelo Senhor Jesus na cruz do Calvário. Vivemos no tempo da Graça.
A Paz de Deus.

Responder para: Eglair

 
  Nome: Davi Em: 12/05/2016 | 20:32:12 E-mail: -
Comentários:
Lembramos de que a letra mata e o Espirito vivifica.E que Paulo tambem ,com toda sua sabedoria,perseguiam aqueles que anunciavam Jesus.E que depoiis servia mais no espirito do que na carne.E ele conhecia a lei e o velho testamentos e as profetas que profetizavam sobre avinda de Cristo.
Então estudar a escritura e ter a teologia não basta tem que ser epiritual para sber agradar a deu e nao aos homens.Eo homem e a mulher espirituais sabe o que descente o que vestir perante o nosso ciador.

Responder para: Davi

 
  Nome: abel Em: 05/01/2015 | 13:59:08 E-mail: - abelgabi@hotmail.com
Comentários:
a paz de DEUS MEU CARO IRMAO,CONCORDO PLENAMENTE COM O IRMAO DA FALTA DE LUZ DE ALGUM DOS NOSSOS MINISTERIO,MAIS ACREDITO QUE PRA QUEM FOI CHAMADO POR DEUS NAO SE ABALA E SEGUEM SEU CAMINHO MESMO DENTRO DENTRO DESTA INSTITUIÇAO RELIGIOSA,SABE POR QUE O SENHOR E PURO E PERFEITO MAIS VIVENDO NESTE MUNDO DE INJUSTÇA NUNCA TEREMOS LUGAR PERFEITO,OU SEJA NUM TEMOS UMA IGREJA TERRENA PERFEITA,POIS QUEM ESTA EM CRISTO NAO SE ABALA..AONDE FOR VAI TER PROVA LUTAS E DEFICULDADES E HOMENS CORRUPITOS....DEUS ABENÇOE E NOS GUARDE FIRME NO SENHOR ATE O FIM /19/983554598

Responder para: abel

 
  Nome: Adauto Em: 01/04/2014 | 13:18:58 E-mail: - adautolemos@hotmail.com
Comentários:
As mulheres da CCB são doutrinadas a acreditar que a Bíblia lhes vetou o direito de cortar os cabelos e de usar calça-comprida feminina.

Responder para: Adauto

 
  Nome: Leonardo Em: 27/02/2014 | 16:46:33 E-mail: - leosampaio@globo.com
Comentários:
Ms Iranilde Ferreira Miguel é cristã da CCB.

Responder para: Leonardo

 
  Nome: Angelica Em: 30/07/2013 | 11:06:35 E-mail: -
Comentários:
RELAÇÕES DE GÊNERO E RELIGIOSIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR: CONFLITOS E REPERCUSSÕES DAS MULHERES DA CONGREGAÇÃO CRISTÃO DO BRASIL
Profa.Dra.Arilda Ines Miranda Ribeiro - FCT/UNESP/Presidente Prudente,SP
Ms Iranilde Ferreira Miguel - ISE-Instituto Superior de Ensino de Junqueirópolis, SP
As questões que pretendemos apresentar nesse texto, fruto de resultados obtidos na orientação da Dissertação de Mestrado sobre o tema, dizem respeito às tensões vivenciadas pelas professoras da CCB no interior da escola. (MIGUEL, 2008).

Uma observação mais atenta na história da condição feminina pentecostal nos mostra que a profissão docente é a que mais atrai as mulheres pertencentes à Igreja da Congregação Crista do Brasil, pois um grande número de mulheres da CCB que trabalha fora do espaço doméstico são professoras. Assim sendo, o imaginário vivido pelas mesmas não se limita apenas ao ambiente da Igreja da Congregação Cristã, na medida em que atuam de forma significativa no espaço escolar e, portanto, na esfera pública.
Acreditamos que uma das razões da escolha da profissão docente pelas mulheres da CCB está vinculada aos fatores que provocaram a feminização do magistério docente.

A mulher crente, independentemente da função que exerce, é identificada, e em seguida classificada. Ela fará parte da categoria “mulher crente”. Neste sentido Louro (1997) ao tratar da “construção escolar das diferenças” nos diz:

Diferenças, distinções, desigualdades... A escola entende disso. Na verdade, a escola produz isso. [...]. A escola que nos foi legada pela sociedade ocidental moderna começou por separar adultos de crianças, católicos de protestantes. Ela também se fez diferente para os ricos e para os pobres e ela imediatamente separou os meninos das meninas. (LOURO, 1997, p. 57)

Uma pergunta ouvida com freqüência pela professora da CCB no cotidiano escolar é: “Você é crente? De que igreja”, e diante da resposta: “Sim, sou crente da Congregação Cristã no Brasil”, ouve-se sempre “Ah! bem que eu percebi”.

Fica evidente que a “mulher crente” é percebida por ser diferente nos seus usos e costumes. No entanto, por mais que a CCB dicotomize igreja e mundo, na prática, este distanciamento se torna impossível.
Nesse texto abordamos o comportamento das mulheres da CCB diante de determinadas situações próprias do ambiente escolar. Temos a destacar que elas se afastam aparentemente das situações conflituosas no que se refere à religiosidade. Isso significa considerar que, por mais que o comportamento seja inexpressivo, ele repercute na fala particularizada das mesmas.

Vejamos o que diz a diretora de uma escola sobre as professoras pentecostais, quando lhe foi perguntado se ela reconhecia de imediato uma professora pentecostal: “As evangélicas são diferentes, nós reconhecemos no traje e no comportamento. Não se envolvem em grupos”, mais adiante ela completa que as assembleianas e as da CCB, são identificáveis de imediato: “[...] pelo cabelo e pela roupa... e sem maquiagem.”.

Consideramos importante destacar a fala de uma professora entrevistada, que, ao recordar-se de sua infância na escola, nos relata:
Eu estudava numa escola, que no boletim estava escrito: qual é a sua religião? E no espaço estava escrito CRENTE. Ali naquela escola era triste. A gente era uma criança diferente. Usava as roupas de manguinha... sainha.
Outra professora nos narrava, em relação à mudança de estação de tempo que:

A época do frio na escola é muito ruim. Trabalhei com uma professora que todos os dias me perguntava, se eu não estava com frio. E eu respondia: “Não. Não estou com frio. Estou usando meia de lã.”. E era uma meia muito bonita! (risos). Outros colegas também perguntam porque não uso a calça comprida. E dizem: “ah! Mas só em dia de frio. Não é pecado”. Percebo que os alunos ficam reparando, por eu não estar de calças compridas.

Quando questionam se a professora não está com frio, não há preocupação com o bem estar da outra, no sentido de protegê-la do frio, uma vez que a professora já explicara que usava meias de lã que a protegiam do frio. Na verdade o questionamento se refere ao fato de não fazer uso das calças compridas. Usar calças compridas é a regra aceitável estabelecida pela maioria.

Nos dois casos citados acima, ser diferente é estar em situação de desigualdade. Existe uma “marcação simbólica” (LOURO, 2004), “uma cadeia oculta de declarações negativas” (SILVA, 2004) que entristece o sujeito a ponto de gerar a sua exclusão.
Para Silva (2004) identidade e diferença são faces de uma mesma moeda e mantêm uma relação de estreita dependência.
As afirmações sobre diferença também dependem de uma cadeia, em geral oculta, de declarações negativas sobre (outras) identidades. Assim como a identidade depende da diferença,a diferença depende da identidade. Identidade e diferença são, pois, inseparáveis. (SILVA, 2004, p. 75).

Essas professoras convivem com declarações negativas, ocultas e veladas, que a colocam em evidência, tornando-as cada vez mais diferentes.
As relações de gênero no interior da CCB são ambíguas, pois geram a dominação, mas produzem a identidade e a diferença. Ressaltamos que as relações de dominação estabelecidas nas relações de gênero estão presentes em todas as religiões. Entretanto, no que se refere à CCB, a religião produz uma diferença que é questionada. Em meio a essa ambigüidade, chamamos a atenção para as representações dessas professoras. Uma das entrevistadas, ao falar do seu relacionamento com os colegas na escola, dizia que se sentia querida entre os colegas e que eles pediam a oração da igreja quando estavam com algum problema e completava:

As pessoas acreditam na gente, no dom da oração que a igreja tem, no poder da oração que existe dentro da nossa igreja.... O pessoal respeita muito a igreja.

Percebemos, nessa fala, um elemento positivo importante: Durkheim (2003), no livro As formas elementares da vida religiosa, escreve sobre as negatividades e positividades da religião.
Esses princípios se reduzem, em geral, a dois.
O primeiro pode ser assim enunciado: o que atinge um objeto atinge também tudo o que mantém com esse objeto uma relação de proximidade ou de solidariedade qualquer. Assim, o que afeta a parte afeta o todo; toda ação exercida sobre um indivíduo transmite-se a seus vizinhos, a seus parentes, a todos os que lhe são solidários por uma razão qualquer. ...Um estado, uma qualidade boa ou má comunicam-se contagiosamente de um sujeito a um outro que mantenha com o primeiro alguma relação. (DURKHEIM, 2003, p. 385).

A experiência religiosa vivida pela professora “[...] transmite-se a seus vizinhos”. A sua fé e todos os benefícios da sua religiosidade acabam transformam-se em prestígio e poder/saber.
Outra professora da CCB entrevistada, ao perguntarmos sobre os usos e costumes – roupas, cabelo, jóias e pinturas-, revelou que é “crente” desde criança, e não segue a risca todos a regras. Perguntamos se ela se rebela contra as normas estabelecidas e ela nos respondeu:

Não me vejo, e não me sinto uma desobediente. Só “desobedeço” (da uma risadinha) regras que acho que são um exagero. Não vejo nada de mais em usar a calça comprida, mas eu não uso. Se usar é como se eu não fosse mais eu mesma. Sou uma mulher crente da CCB. Calça comprida só de vez em quando, numa excursão... Se começar a desobedecer às regras, perco as características de crente da CCB. A impressão que tenho quando coloco calça comprida é que todo mundo está olhando para mim. (Sorri). O pior é que aparece “irmãos” de todos os lados. Além disso, os que não são crentes cobram da gente: você é crente não pode usar calça comprida ....

Perguntamos se nos dias frios ela usa calças compridas para trabalhar e ela nos respondeu prontamente: “jamais, nem pensar”. Insistimos e perguntamos o por quê:

Eu não seria eu mesma. Entende? (sorri). Houve um tempo que eu não usava e sofria com isso. Não por causa do frio. Por que as colegas, os alunos ficavam perguntando... Hoje não sofro mais. Acostumei-me, amadureci e percebi que as normas da igreja fazem parte de minha vida. Vou para a escola de saia. (sorri). Os alunos perguntam se estou com frio, por que não coloco calça pelo menos nos dias de muito frio. Explico que sou da CCB e não uso calças compridas e pronto, ou desconverso, faço de conta que não entendi.

Tem um detalhe. Agora sou efetiva na escola, só trabalho lá e todos da escola já sabem que sou da CCB, e perguntam menos. Na minha escola tem um professor da CCB. Ninguém pergunta nada para ele! (sorri).

Existe uma representação do que é ser uma mulher crente da CCB: cabelos compridos, saias, ausência de jóias e pinturas. A professora diz: “Os que não são crentes cobram o modelo de mulher crente”. Percebemos que a representação social - dos crentes e dos não crentes – produz sentidos e efeitos sobre o sujeito: a professora. Ao dizer: “[...] a impressão que tenho quando coloco calça comprida é que todo mundo está olhando para mim.”, a professora revela o desconforto, o medo da perda da identidade, da perda do eu: “se usar é como se eu não fosse mais eu mesma”.

Expressões como “as normas da igreja fazem parte de minha vida”, “eu não seria eu mesma” nos revelam e comprovam que identidade, diferença e são inseparáveis. Entretanto, a diferença a faz sofrer, a exclui: “eu não usava e sofria com isso. Não por causa do frio. Porque os colegas e os alunos ficavam perguntando.”.

Diante do exposto, fica evidente que ser professora da CCB no espaço escolar significa viver conflitos e tensões de uma guerra invisível e quase silenciosa, provocada pela diferença/identidade geradas a partir das relações de gênero estabelecidas no interior da igreja. Louro (1997) nos recomenda:

O olhar precisa esquadrinhar as paredes, percorrer os corredores e salas, deter-se nas pessoas, nos gestos, suas roupas; é preciso perceber os sons, as falas, as sinetas e os silêncios; é necessário sentir os cheiros especiais; as cadências e os ritmos marcando o movimentos de adultos e crianças. Atentas/os aos pequenos indícios, veremos que até mesmo o tempo e o espaço da escola não distribuídos nem usados - portanto, não são concebidos - do mesmo modo por todas as pessoas. (LOURO, 1997, p. 59).

Assim, pois, afirmamos que o espaço da escola é usado e concebido pela professora da CCB, de acordo com os efeitos sofridos pela produção da diferença / identidade.

Entretanto, essas professoras se movem habilmente, e jogam com maestria os jogos de poder que se instalam no cotidiano escolar. Fingem que não se incomodam, vez ou outra dizem não, usam o poder da fé que possuem em relação aos outros e fazem um trabalho de evangelização com os colegas. As professoras possuem um saber/poder, que transformam em “estratégias um tipo específico de saber, aquele que sustenta e determina o poder de conquistar para si um lugar próprio” (CERTEAU 2003, p.100). Em suma, as professoras servem-se de táticas segundo Certeau:

Chamo de tática a ação calculada que é determinada pela ausência de um próprio.... a tática é movimento “dentro do campo de visão do inimigo”, como dizia Büllow, e no espaço por ele controlado. ... Ela opera golpe por golpe, lance por lance. Aproveita as “ocasiões” e delas depende, sem base para estocar benefícios, aumentar a propriedade e prever saídas. O que ela ganha não se conserva. Este não-lugar lhe permite sem dúvida mobilidade, mas numa docilidade aos azares do tempo, para captar vôo as possibilidades oferecidas por um instante. (CERTEAU, 2003, p. 100).

Neste sentido, vale a pena trabalharmos com uma situação, relatada por uma das professoras entrevistadas. Ela nos contou que um grupo de professores católicos, diante dos problemas de indisciplina dos alunos que enfrentavam na escola , decidiram que antes de iniciar o período de aulas, fariam uma novena. Assim, todos os dias a partir da 6h30min da manhã, todos os professores se reuniam na sala dos professores para rezarem. Disse-nos a professora: “eu sempre inventava uma desculpa, dava um “jeitinho”, e não “aparecia”.

Mas em meio a essa guerra, pouco espaço ou benefício é conquistado, e as professoras da CCB tendem aceitar a exclusão como algo natural e legítimo, utilizando-se de táticas e aproveitando-se de “ocasiões”, sem compreenderem que a “[...] tática é a arte dos fracos.” (CERTEAU, 2003, p. 101), e bloqueando possibilidades de transformação.
No entanto, as tensões e conflitos presentes no cotidiano escolar, não se resumem às questões que foram expostas. Outras questões que dizem respeito à religiosidade, e que vão além das questões que dizem respeito a gênero, serão discutidas nos próximos itens. Porém, elas atingem com grande intensidade as professoras da CCB, já que o número delas é muito maior que o número de professores da CCB. Além disso, entendemos que o cotidiano do espaço escolar, ao lado da Igreja, é um dos elementos que devemos considerar na formação das professoras.

Tensões e conflitos provocados pela religiosidade no cotidiano escolar
Nas palavras de Louro (1997, p. 25), que “[...] as práticas sociais e as instituições fabricam os sujeitos.”. A igreja e a escola, sob o nosso ponto de vista, são lugares concretos, permeados de saberes, que fazem parte do nosso cotidiano e que como fios se cruzam e entrecruzam na formação da professora. Nossas vivências e “experiências ”, acontecem no cotidiano, e são elas que criam e recriam situações de formação.

A escola faz parte da história de vida de cada um, pois é lá que construímos parte de nossa existência: alegrias, namoros e paqueras, desilusões, amizades, confidências... enfim “experiências” que nos atravessaram e nos atravessam, quer como alunos ou como professoras.

Para Viñao Frago (2001), a escola enquanto instituição ocupa um espaço e um lugar e constitui-se numa dimensão espacial da atividade humana, onde inúmeras influências se entrecruzam entre o espaço e o tempo. Diz Vinão Frago:

O território e o lugar são, pois, duas realidades individuais e grupalmente construídas. São, tanto num quanto no outro caso, uma construção social.

Resulta disso que o espaço jamais é neutro: em vez disso, ele carrega, em sua configuração como território e lugar, signos, símbolos e vestígios da condição e das relações sociais de e entre aqueles que o habitam. O espaço comunica; mostra, a quem sabe ler, o emprego que o ser humano faz dele mesmo. Um emprego que varia em cada cultura; que é um produto cultural específico, que diz respeito não só as relações interpessoais – distâncias, território pessoal, contatos, comunicação, conflitos de poder-, mas também à liturgia e ritos sociais, à simbologia das disposições dos objetos e dos corpos- localização e posturas-, à sua hierarquia e relações. ( VIÑAO FRAGO, 2001, p. 64.)

É, pois, no lugar/escola, que se estabeleceu o canteiro de obras de construção da cidadania, como possibilidade de um projeto de emancipação humana. No lugar/escola os sujeitos constroem parte de sua existência, através de ações costumeiras, repetidas e diárias, que assumem características de algo mecânico e alienado. Entretanto, o cotidiano não se faz apenas de repetições mecânicas. Tais atos estão permeados de saberes que se constituíram e se legitimaram ao longo de nossa história. Emprestando as palavras de Viñao Frago, estes atos são signos, símbolos e vestígios da condição e das relações sociais estabelecidas entre os sujeitos. Mas o que é o cotidiano? Ele existe? Recorremos à definição de Michel de Certeau:

O cotidiano é aquilo que nos é dado cada dia (ou que nos cabe em partilha), nos pressiona dia após dia, nos oprime, pois existe uma opressão do presente. Todo dia pela manhã, aquilo que assumimos, ao despertar, é o peso da vida, a dificuldade de viver, ou de viver nesta ou noutra condição, com esta fadiga, com este desejo. O cotidiano é aquilo que nos prende intimamente, a partir do interior. É uma história a meio de nós mesmos, quase em retirada, às vezes velada. ... É um mundo que amamos profundamente, memória olfativa, memória dos lugares da infância, memória do corpo, dos gestos da infância dos prazeres. O que interessa ao historiador do cotidiano é o invisível. (CERTEAU, 1996: 31).

Na definição de cotidiano, Certeau deixa claro que o cotidiano é “memória dos lugares da infância”, e o “peso da vida” presente. Nesta perspectiva, podemos afirmar que o território do cotidiano escolar não é neutro, nem pacífico. Nele estão contidos passado e presente, regras, saberes, relações, palavras, atos, hábitos, símbolos, que dialogam entre si formando uma teia de significações e sentidos. Neste território, os sujeitos se deslocam, chegam à “fronteira”, e é aí, na fronteira com o seu outro, que se esconde o invisível, que acontece o conflito, a guerra. Uma guerra que parece não existir.

Guacira Lopes Louro coloca que:
A fronteira é lugar de relação, região de encontro, cruzamento e confronto. Ela separa e, ao mesmo tempo, põem em contato culturas e grupos. Zona de policiamento é também zona de transgressão e subversão. O ilícito circula ao longo da fronteira. Ali os enfrentamentos costumam ser constantes. (LOURO 2004: 19).

O cotidiano da escola é o lugar das relações, é fronteira, lugar do cruzamento, do ilícito, onde se dão enfrentamentos constantes e cruentos. Nesse espaço plural, híbrido e complexo, construímos os modos de ser e de viver: “aprendemos a aprender”, “aprendemos a fazer”, “aprendemos a conviver” e “aprendemos a ser” (DELORS, 2001, p. 89).

Produzimos o que é comum e considerado normal. Mas produzimos o estranho, o diferente e anormal. O exercício da vida cotidiana faz parte da vida em sociedade. Para Agnes Heller (2000, p. 17), “A vida cotidiana é a vida de todo homem. Todos a vivem sem nenhuma exceção”.

É, pois, no cotidiano que se institui a norma monta-se a “maquinaria do poder” Foucault (2000), mas é aí que se estabelece a zona de transgressão das normas, a subversão.

por trás dos bastidores, tecnologias mudas determinam ou curto-circuitam as encenações institucionais. [...] que procedimentos populares (também minúsculos e cotidianos) jogam com os mecanismos da disciplina e não se conformam com ela a não ser para alterá-los; enfim que ‘que maneiras de fazer’ formam a contrapartida, do lado dos consumidores (ou ‘dominados’?), dos processos mudos que organizam a ordenação sócio-política. (CERTEAU, 2003, p. 41)

Na busca do invisível no cotidiano escolar para compreensão como os atores da escola se apropriam deste território e como essas “experiências lhes tocam”, e lhes formam, selecionamos duas situações cotidianas na escola que nos revelam:
1- O espaço escolar não neutro, nem pacífico e nem laico.

2- As relações de gênero, divisões de fé e religiosidade são peças que compõem a “mecânica do poder” (FOUCAULT, 2000) no interior da escola, delimitando regiões de conflitos, tensão e disputas travadas no cotidiano escolar.

3- As táticas e ocasiões usadas pelas professoras nas regiões de conflitos, não conseguem processar mudanças.

As situações abaixo descritas são práticas “cotidianas” na maioria das escolas públicas brasileiras, e foram selecionadas a partir de relatos que ouvimos durante as entrevistas e vivenciamos ao longo de nossa história de vida.

Situação 1-Uma Escola Estadual de ensino fundamental (ciclo II – 5ª a 8ª séries) e ensino médio que desenvolve um projeto sobre espiritualidade. Foram entrevistadas a diretora da escola e uma professora da CCB, de Geografia que trabalha na unidade escolar.
Elas narraram que, desde o ano de 1999, a escola desenvolve um projeto sobre a espiritualidade. Esse projeto, em linhas gerais, conta com dois momentos: 1- o momento diário- no início de cada período, os alunos fazem a oração do Santo Anjo. Os alunos representantes de classe ficam encarregados de comandar a oração. Existe em cada sala aula uma oração afixada na parede da sala. 2- o momento semestral – um grupo de jovens (alguns são alunos da escola) da Renovação Carismática organiza um evento no pátio da escola, com músicas religiosas e orações. Esse grupo é liderado por uma pessoa da comunidade e ligada à Renovação Carismática.
Fica evidente que o projeto não possui características de um diálogo inter-religioso, mas carrega as marcas do catolicismo. Para a diretora o fato de se exaltar o nome de Deus o legitima no espaço escolar. Ao perguntarmos se a oração diária fazia parte do currículo escolar a diretora respondeu: “Sim, já está no currículo. A oração Santo Anjo do Senhor, e o Pai Nosso é uma oração universal.”.
Ao entrevistarmos uma professora da CCB, que trabalha nessa escola, perguntamos sobre o projeto da espiritualidade desenvolvido pela escola, e ela nos disse:
No dia em que houve o evento religioso aqui na escola, foi um dia difícil com os alunos. Houve muita confusão. Eu não participei do evento. Enquanto as pessoas cantavam, fiquei afastada. Não atendi ao chamado. ... Eu fico clamando a Deus. Disfarço, venho tomar água. [...]. Essa parte de religiosidade dentro da escola, isso é triste para a gente que é evangélica da CCB. Por que a nossa igreja não se mistura em nada.[...]. Isso mexe comigo. É triste. Ai... É triste.

Percebemos também que não há por parte da professora uma disposição em aceitar, ou de até mesmo estabelecer o diálogo inter-religioso. Teixeira aponta o diálogo inter-religioso como uma possibilidade de enriquecimento recíproco e desbloqueio de mentalidades.

Para os que acreditam no diálogo, as distinções religiosas não significam,
Necessariamente, uma ameaça, mas uma possibilidade plausível de enriquecimento recíproco, se houver um desbloqueio de mentalidades e disponibilidade para a escuta deste outro universo. A abertura ao outro e sua derradeira compreensão exige mais que boa vontade, implica um ato de despojamento: “ver o ‘outro’ não como aliud, mas como alter ; como a ‘outra parte’, a altera pars de nossa própria pessoa”. (TEIXEIRA, 2006, p.30).

Perguntamos à professora se ela não pensa em protestar e questionar essas práticas, e ela responde: “Não, não. Eu só comento nos bastidores, com quem eu confio”.
Situação 2- Uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), onde trabalham três professoras da CCB.

Sou professora na EMEI. Desenvolvemos projetos que enriquecem muito as datas comemorativas. Quando chega a época das Festas Juninas, sinto-me insegura em relação ao desenvolvimento desse projeto, pois a festa ganha um caráter mais religioso do que de resgate cultural, e no nosso contexto escolar há diversidade de credos religiosos tanto entre alunos como professores. A festa é feita no ginásio de esportes da cidade com a participação de todas as escolas e entidades. Nas reuniões feitas para a organização da festa, participam os diretores de todas as escolas, das creches e de outras entidades. Todos os anos, a festa é totalmente religiosa, dedicado a Santos da Igreja Católica. Sinto-me totalmente constrangida em expor meus valores religiosos e acabo aceitando coisas que ferem meus valores e conceitos religiosos. Quando argumentamos ou tentamos expor nosso ponto de vista, recebemos como resposta que a festa é folclórica e que não podemos ir contra a maioria. Muitas vezes sou procurada por pais e professores não católicos (na maioria das vezes evangélicos, que só se manifestam porque sabem que sou evangélica), que pedem para serem dispensados das atividades e comunicando que suas crianças não participarão da festa. Do outro lado, as crianças ficam tristes por não poderem participar. Percebemos que as crianças não sabem como lidar com essa situação sentindo-se excluídos. Sinto-me angustiada e muitas vezes excluída também.

As falas acima citadas nos revelam as “múltiplas relações de poder” (FOUCAULT , 2000), e pontos de conflitos no cotidiano escolar. Arriscamo-nos, a destacar algumas considerações que julgamos ser importante:
Em relação à situação 2:
1- O poder hegemônico do grupo católico, que, servindo-se de uma estratégia , cria um dispositivo de proteção contra a religiosidade do outro e trabalha no nível do imaginário social, na tentativa de manter a ordem estabelecida ao longo da história, e institui na escola, uma festa católica. A festa faz parte do Projeto Pedagógico das Escolas do município, está prevista nos calendários escolares e conseqüentemente faz parte do currículo. A religiosidade tem espaço garantido no currículo utilizando-se do argumento de que uma cidade inteira espera a festa.
2- O poder dos organizadores da festa, representantes oficiais da educação na cidade, que oficializam e legitimam a festa.
3- O poder da professora ao negociar com pais.
4- A professora tenta argumentar, mas a sua “ausência de poder” (CERTEAU, 2003, p. 1001), a imobiliza.

Chamamos atenção para o fato de que nas duas situações os sentimentos de tristeza e angústia estão presentes em professoras e alunos, e as outras religiões não são levadas em conta, porém a minoria diz não, e nega-se a participar, amparada pelo poder de um direito garantido em lei, “liberdade de culto e crença”, e de outros dispositivos legais.
Os símbolos católicos ainda se fazem presentes nas escolas públicas brasileiras demarcando o território escolar e constituindo-se em discursos que conservam embutidos efeitos específicos de poder. São signos que marcam o cotidiano escolar como território de uma religiosidade superior: o catolicismo.

É por esse simples detalhe e por outros mais sutis e dissimulados que parece aconselhável constar mitos, ritos e seus símbolos na escola. Símbolos esses, evidentemente, de uma espiritualidade caudatária da cultura cristã católica romana. Logo, ainda que o ensino religioso não se formalize em currículos escolares, os mitos, os ritos e seus símbolos católico-romanos estão presentes nas escolas que fecham suas salas todo dia doze de outubro. (LIMA JR, José. 2006, p. 176).

Quem de nós, nunca viu na entrada de qualquer escola, por esse Brasil a fora, uma imagem de Jesus Cristo crucificado? Ou, um quadro da Sagrada Família? Ou, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida? Ou ainda, a imagem da Virgem Maria? Ou ainda, qual escola não tem em seu calendário escolar uma festa religiosa católica, principalmente as festas juninas, que deveriam ser consideradas folclóricas? Para os pentecostais, as imagens de santos, a adoração e / ou a reverência às imagens, consideradas sagradas pelo catolicismo, ou a participação em festas que reverenciam santos, são atos de idolatria, e, portanto, um “pecado”.
Entendemos que a presença destes símbolos católicos no espaço escolar, são engrenagens do poder exercido pelo catolicismo.

[...] as relações hierárquicas da sociedade são apreendidas mediante cotidianos ritualizados, fazendo “crer” que elas são naturais. É contando com o Imaginário Social que as relações de poder estabelecidas protegem sua legitimidade contra aqueles que a atacam. Visando garantir um lugar privilegiado no domínio dos imaginários sociais, o grupo hegemônico inventa complexos e variados dispositivos de proteção. Isso vai desde produções legais, coercitivas, às formas sofísticas de formação de opinião. (Ferreira e Eizirik, 1994: p. 7).

Consideramos importante registrar que o argumento do direito da maioria católica tem raízes históricas. Os constituintes de 1933 valiam-se dele para justificar as “emendas religiosas” e, em especial, a favor do Ensino Religioso. Dentre esses argumentos podemos destacar:

-o laicismo é “planta exótica” no Brasil e não tem raízes históricas e nem nacionais.
- Em nome da liberdade de todos, a minoria não – católica, não pode impor sua irreligiosidade à maioria que é católica. (CURY. 1945: 116).

Um olhar mais atento às questões de religiosidade na escola nos mostra que pouca coisa mudou nesses anos todos, e as tensões, conflitos, preconceitos e discriminação ainda se fazem presentes no ambiente escolar.

Devemos atentar ainda para o fato de que a subjetividade é uma das dimensões constitutivas da educação e dos sujeitos, e no campo da subjetividade resta às professoras da CCB o mal-estar, a angústia e a tristeza. Neste contexto, a professora recolhe-se para um “outro mundo”, abdica do seu lugar no espaço escola e “clama a Deus”, e busca na fé, na dimensão do divino, a solução para um problema “mundano”. Consideramos oportuno relembrar o que já dissemos no item A cidadania do ponto de vista dos pentecostais da CCB: o isolamento dos pentecostais nas questões políticas no início da formação do movimento no Brasil gerou uma passividade em relação às mudanças da sociedade. No imaginário pentecostal, existe uma Pátria perfeita nos céus, onde não é preciso rebelar-se. Lá não há tristezas nem angústias: “[...] deste mundo nada espero, minha Pátria está nos céus” Hino 213 .
Em meio às “táticas” e conflitos, acordos e transgressões, as professoras formam e são formadas, na medida em que nas experiências diárias vão construindo formas de praticarem a docência.

Ora, um professor de profissão não é somente alguém que aplica conhecimentos produzidos por outros, não somente um agente determinado por mecanismos sociais: é um ator no sentido forte do termo, isto é, um sujeito que assume sua prática a partir de significados que ele mesmo lhe dá, um sujeito que possui conhecimentos e um saber- fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele a estrutura e a orienta. (TARDIF, 2002, p.230).

Neste sentido, é possível afirmar que as professoras da CCB organizam suas práticas a partir de suas vivências religiosas e escolares. Seus saberes estão fortemente enraizados em suas histórias de vida, de sua afetividade e de seus valores. Neste ponto, abrimos um parêntese e levantamos uma questão que diz respeito à seleção de conteúdos trabalhados em sala de aula. Conteúdos que não estão de acordo com os valores religiosos das professoras são ignorados, ou trabalhados de forma superficial. Relato aqui a fala de uma professora sobre a questão da homossexualidade. Perguntamos como ela encara ou trabalha essa questão em sala de aula. Ela nos respondeu:

Respeito e acho que é a cultura de cada um que determina sua marginalização ou não. Como sou da CCB e a igreja condena essa prática procuro excluir esse tema, porém não excluo o homossexual, aliás tenho amigo que é professor e o aceito com naturalidade. A intimidade e a opção sexual dele não me importam.

A exclusão de temas ou conteúdos pode comprometer a construção da cidadania. Percebemos ao longo da pesquisa que outros conteúdos não são discutidos na escola.
Posto isso, é preciso atentar para o fato que os saberes e as práticas das professoras da CCB não podem ser compreendidos fora do contexto de suas representações e de seu imaginário, formados a partir de um discurso religioso carregado peculiaridades:

Nessa perspectiva, o saber dos professores parece estar assentado em transações constantes entre o que eles são (incluindo as emoções, a cognição, as expectativas, a história pessoal deles, etc.) e o que fazem. O ser e o agir, ou melhor, o que Eu sou e o que Eu faço ao ensinar, devem ser vistos aqui como dois pólos separados, mas como resultados dinâmicos das próprias transações inseridas no processo de trabalho escolar. (TARDIF, 2002, p. 16)

Assim, perguntamos: o que isso significa? Devemos “capacitar” as professoras a fim de que abandonem suas convicções e valores? As representações sociais e o imaginário das professoras da CCB devem ser desconsiderados no interior da escola?

Significa que é preciso olhar com mais atenção às questões que envolvem as relações de gênero e religiosidade no cotidiano escolar; que as questões concernentes à religiosidade na escola ultrapassam a problemática que envolve o ensino religioso nas escolas públicas; que essas tensões e conflitos geram “as condições regressivas que conduzem, desde muito cedo, nossas crianças a se identificarem com práticas preconceituosas” (SILVA, 2005, p. 4).

Diante disso, nossa proposta a seguir é a de discutir de que maneira a formação dos professores pode contribuir para o desmantelamento de práticas consideradas “regressivas imanentes ao processo civilizatório” (SILVA, 2005, p. 4), e que impedem a realização de um projeto educacional que tem como objetivo a emancipação humana.

Algumas considerações sobre questões de gênero/religiosidade e a formação das professoras
Iniciamos esse texto com o propósito de provocar reflexões sobre a religiosidade e as relações de gênero no contexto escolar, partindo do pressuposto de que a escola tem como objetivo a construção da cidadania e a emancipação humana. Religiões, religiosidades e experiências religiosas permeiam a vida cotidiana, constroem identidades e ultrapassam os domínios das instituições. Assim, desconsiderar esses elementos na construção da cidadania é entender a cidadania como um conteúdo pronto e acabado, que encerra direitos e deveres absolutos e imutáveis.

Para nós, a cidadania é um elemento discursivo e cambiante, que assume as mais variadas formas, dentro de um determinado contexto econômico, político e social. Por isso, os desafios de uma educação para a cidadania não é tarefa fácil. Os interesses e as relações humanas envolvidas nessa questão formam uma complexa malha permeada de conflitos e tensões. Dentre essas tensões nos detivemos nas questões que envolvem as relações de gênero e religiosidade.

Percebemos que educar para a cidadania pressupõe reconhecer o lugar do outro em relação à sua fé e às suas crenças, assegurando que todos possam ser ouvidos, respeitados e compreendidos.

Nesse ponto, chamamos atenção para o fato de que ao longo desse textoo percebemos que as relações de gênero e a religiosidade, não são discutidas como elementos constituintes da cidadania. Ficamos surpresos ao constatar que essas questões são encaradas como prontas e acabadas: a religião é assunto de vida ou de morte e não pode ser discutida no ambiente escolar, por que se constitui em uma questão de foro íntimo, subjetivo e particular; e as relações de gênero se resumem em pequenas discussões sobre as conquistas femininas nos últimos tempos.

Cumpre-nos esclarecer que nossa pretensão não é formular receitas de uma educação para a cidadania. Nosso objetivo é contribuir com novos questionamentos, situando as questões de gênero, como conseqüência da religiosidade e os desdobramentos dessas relações na construção da cidadania, já que para nós relações de gênero e religião é um assunto decisivo na vida de milhares de pessoas.

Nesse sentido, o projeto educacional brasileiro, apesar de afinado com as propostas neoliberais, construiu um discurso que dá ênfase às palavras cidadania e emancipação humana. Entretanto, não basta construir um discurso e empunhar bandeiras.

Carecemos de questionamentos contínuos das práticas já legitimadas no interior da escola, e na sociedade, que permitam o repensar das relações sociais.

Cabe à escola a tarefa da descontrução de mecanismos de poder que atuam contra os indivíduos e não a favor deles. Nesse ponto abrimos um parêntese e chamamos a atenção para a necessidade de descontrução da hierarquia estabelecidas nas relações de gênero no interior da igreja. Mas alertamos para o fato de que a igreja não fará novas leituras das relações gênero, tampouco abrirá espaços para diálogos internos que contemplem essa questão. A descontrução desses mecanismos de poder no interior das igrejas deve ser gerado fora delas, uma vez que a religião é um fenômeno social, cultural e histórico, sujeito a mudanças. Para nós, a escola é o espaço privilegiado para o estabelecimento de uma educação voltada para a alteridade. Nas palavras de Teixeira (2006, p. 35).

O diálogo inter- religioso encontra uma aplicação singular no campo da educação, particularmente da educação religiosa. Trata-se de um tema que prioriza a opção fundamental em favor da alteridade. [...]. O desafio de uma educação que respeite profundamente as convicções religiosas de seus educandos. Trata-se da defesa e afirmação da liberdade religiosa. (TEIXEIRA, 2006, p. 35).

Nesse sentido, o espaço escolar deve ser palco da diversidade, da laicidade e da tolerância, da abertura, do acolhimento, do reconhecimento da diferença/identidade do outro.

Nesse sentido, concordamos com Delors (2001, p. 152): “A importância do papel do professor enquanto agente de mudança, favorecendo a compreensão mútua e a tolerância, nunca foi tão patente como hoje em dia”.

A desilusão com o progresso, o aumento do desemprego e da pobreza e o flagrante aumento dos excluídos da cidadania nos alertam para o que Adorno (2003) define como “anticivilizatório”, ou barbárie. Adorno nos leva a refletir sobre a frieza, a brutalidade e a dureza produzidas pelo processo civilizatório, alertando-nos para a necessidade de uma educação contra a frieza, e sentencia: “A educação tem sentido unicamente como educação dirigida a uma auto-reflexão crítica” (ADORNO, 2003, p. 121).

Nessa perspectiva, chamamos a atenção para o “clima de incivilidade reinante nos espaços escolares” (SILVA, 2005, p. 5), considerando que os conflitos e tensões presentes no cotidiano escolar, resultantes das relações de gênero e religiosidade, são práticas que excluem, desqualificam e portanto contribuem para desumanização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procuramos ao longo desse texto mostrar que as questões de gênero e religiosidade provocam tensões e conflitos no espaço escolar que podem comprometer a construção da cidadania e da emancipação humana. Trabalhamos no sentido de desvelar relações sociais camufladas, por isso optamos pelo trabalho com os autores como Michel Foucault, Michel de Certeau e Guacira Lopes Louro, pois acreditamos que tais autores nos forneceriam uma fundamentação teórica condizente com nossos questionamentos. Ainda nesse capítulo, ousamos traçar algumas considerações sobre a formação das (os) professoras (es) numa perspectiva do conceito de professor reflexivo.

Chegamos ao final desse texto com questões que ainda carecem de ser respondidas, e que consideramos complexas. - Se a escola pública brasileira ainda não é laica nas suas práticas escolares cotidianas, quais caminhos terão que ser percorridos, para que a laicidade ocorra de fato? - Qual é o espaço ocupado pelos credos, vistos por católicos e crentes das mais variadas denominações religiosas, como menores no cotidiano escolar? - Quais os efeitos da camuflagem das relações conflituosas, originadas pelas religiosidades diferentes? - Como introduzir a discussão sobre a religiosidade no espaço escolar? Devemos propor uma mudança no currículo? Criar novas disciplinas?
Encerramos concluindo que, embora o discurso circulante afirme que “religião não se discute”, percebemos que se faz necessário incluir na pauta das discussões as questões referentes à identidade/diferença, produzidas pelas religiões.

Sabemos, entretanto, que essa é uma tarefa complexa, já que não se constitui numa questão gerada no interior de movimentos sociais, e nem possui características reivindicatórias de nenhum grupo social. As professoras da CCB não se organizarão para exigir “respeito” à sua identidade, ou à sua diferença. Tampouco deixarão seus usos e costumes para conquistar uma suposta igualdade.

Trata-se de exercitar um olhar diferenciado sobre essas questões. Porém, não podemos nos esquecer que as regras de comportamento e a imposição de determinados usos e costumes são mecanismos de dominação que perpetuam a desigualdade instituída baseada na hierarquia entre os gêneros. Exercitar o olhar não significa apenas ver e apreciar como quando olhamos uma planta exótica. Ver é reconhecer as pequenas partes da realidade inteira e complexa. Ver é encarar e desvendar imagens que nos recusamos a olhar. A proposta de um novo olhar pressupõe questionamentos a respeito das relações de gênero e que sejam capazes de afetar os alicerces dos conceitos dominantes que têm como fundamento a relação binária macho/fêmea, relação essa que ainda permanece sustentada pelas religiões.
Negar a relevância dessas questões é como não perceber o antolho e virar o rosto para não se incomodar com o que se vê.

Talvez de início, nos recusemos a lançar um longo e profundo olhar. Mas acreditamos que um olhar penetrante e significativo pode nascer de uma esguelha rápida e descomprometida.

Esse texto aqui se encerra, mas que não se conclui em função da subjetividade e essência das questões. É uma forma de convidar os leitores a, seguindo essa esguelha, aprofundar o olhar, que se desdobrará em outros trabalhos.

Responder para: Angelica

 
  Nome: Getulio Em: 25/07/2013 | 01:10:59 E-mail: - getuliosilvamor@tim.com
Comentários:
COSTURANDO SOBRE A CALÇA SEM “SAIA JUSTA”
Este artigo é embasado no resultado da enquete nº 7, a respeito das vestimentas da mulher cristã.
Os comentários que seguem são de autoria da irmã Eurípia. Preferi me render a quem sente o assunto na pele a tentar desbravar o mesmo, para que se tivesse maior legitimidade nas reivindicações e colocações que são pertinentes.
Seguem abaixo alguns pontos que a nossa irmã achou importantes observar quanto ao uso da saia ou da calça:

“Como tudo na seita maranata é nebuloso e não tem base bíblica, a questão do uso da calça comprida traz mistérios, dúvidas, perseguição, constrangimentos e até desconforto às irmãs icemitas. O pior de tudo é que, como não há uma posição sobre o assunto, cada uma age de uma forma, cada pastor cobra de uma forma e a confusão se estabelece. Nada do que diz respeito aos membros, é discutido com eles. Uma total falta de respeito.

Que os grupos feministas não nos vejam, em pleno século XXI, num país democrático, ainda discutindo qual peça de vestuário usar, se, saia ou calça comprida. Me envergonho de tamanho atraso. Só uma dose cavalar de LNP-Linguagem do Não Pensamento pode fazer com que as mulheres aceitem tal imposição. Que domínio mental maligno capaz permitir que o pes interfira, de forma tão violenta, na vida das pessoas, a ponto de escolher o que elas devem trajar.

Repito, é uma vergonha ainda ter que discutir um assunto desse!

A questão do vestuário está muito ligada à cultura, ao clima, ao poder econômico, à impressão que se quer passar, tipo de atividade que exerce…No caso das mulheres, muitas vezes está ligado a imposições machistas ou até mesmo de regimes ditadores de governo, sendo estes, os que se encaixam à seita maranata.

Quando temos liberdade, nós escolhemos o que vestir, baseadas no desejo que temos em mente, ou o local que vamos frequentar ou na atividade que vamos exercer. Neste caso, são várias as opções de roupas. Aí, entra o bom senso, a decência e isso, em se tratando de mulheres cristãs, depende do grau de relacionamento que elas têm com Deus e não com as imposições machistas de usos e costumes criadas por homens.

A Bíblia já diz mesmo no VT, que não olha o exterior mas vê o coração. Do que está cheio o coração de uma irmã quando vai se vestir? Está cheio de amor a Cristo e sua palavra? Ou está cheio de desejos sensuais? Ou simplesmente está obedecendo, contra sua vontade, uma imposição institucional machista, nebulosa e ocultista como a maranata?
Neste caso, onde está o pecado? Na roupa ou no coração? E a quem se está agradando a Deus ou à instituição?

Nós agora sabemos que a maranata não se baseia na Bíblia para nada. Então, de onde vem essa proibição feita nas entrelinhas às mulheres? De quem é essa ideia que crente não pode usar calça?

De quem é a mente que criou essa falsa santidade, esse falso moralismo e desconforto para as mulheres, trazendo situações de constrangimento, perda de emprego, desavenças nas famílias, problemas de saúde no inverno ,….
Corre à boca miúda e com uma pitada de ódio que o pes até queria liberar o uso da calça, mas a super-única-teóloga-pastora do meio maranático não concordou. Ela deve ter tido alguma revelagem.

Quem tem uma mente baseada em princípios mundanos, não teve uma educação ou orientação, tem uma carência ou uma necessidade de atenção a ser suprida, enfim, são vários os motivos que levam uma mulher, crente ou não, a usar uma roupa, sem levar em consideração o critério de bom senso e decência.

Mas o que é decência? É relativa?
Não podemos deixar de falar na influência do grupo social que frequenta, a exigência da moda e….
Vejam que é um tema muito delicado de ser tratado, que só causa polêmica em grupos fechados, sectaristas, exclusivistas, atrasados como a maranata, que parece viver em eras distantes ou no oriente médio.

Será que quem tem a mente de Cristo vive em uma igreja em que as pessoas são levadas ao conhecimento da palavra, vai discutir esse tipo de problema. Porque não é o tipo de roupa, mas a intenção do coração que se deve considerar…

-O que está em meu coração quando uso uma roupa decotada, transparente, muito curta? O que eu quero causar? O que eu quero despertar? Eu quero chamar a atenção de quem? A quem eu quero agradar?

Uma irmã solteira, por exemplo, pode querer atrair um companheiro então acha que tal roupa irá deixá-la mais atraente. Isso em um ambiente carnal igual a maranata é perfeitamente compreensível. Dentro da maranata os critérios para se escolher um cônjuge são os mais carnais e materialistas que existem. Então é natural exibir carne porque é isso que é levado em conta. O espiritual está longe de ser levado em consideração dentro desta seita.

Os homens se esquecem da mulher virtuosa descrita em PV. 31:28 e consideram só o que é exterior. Nada contra a beleza exterior pois é agradável aos olhos e é criação de Deus, o problema é que, como isso é supervalorizado dentro da seita, as irmãs vão às últimas consequências, no uso de artifícios (principalmente as roupas), para conquistar um companheiro. Em muitos casos, a salvação é levada em conta. Que triste!

A icm é um ambiente de muita competição. São competições altamente injustas e atinge em cheio o lado sensual e vaidoso das mulheres (aqui estamos falando especificamente delas).


A preocupação da maranata nunca foi a santidade das irmãs, porque o que a calça esconderia, a saia ou o vestido desnudam sem nenhum constrangimento. Quem nunca viu as peças íntimas de algumas mulheres dentro da igreja?

Talvez seja esse o motivo dos meias-solas não as quererem de calças. Perderiam o espetáculo, levando-se em consideração que existe Don Juan na cúpula do pes-GG… ficam palpites sobre a origem desta lei. É muita hipocrisia no meio deste assunto.
.
As irmãs não podem usar calça, mas o vestido ou saia curtos, transparentes ou decotados podem?
Não consigo chegar a uma conclusão razoável para esta imposição tão ridícula.

O que é de Deus é sempre de bom senso, de equilíbrio e não leva ninguém à competição injusta, desumana e muito menos impura como as que têm levado as mulheres a se vestirem de forma, às vezes, até vulgar ou indecente. Tudo atendendo a um critério carnal imposto pela sociedade e copiado na íntegra pela igreja (não cristã) maranata.

Mas o que usar então? O vestido e saia ou a calça comprida?

Eu gosto muito de roupas femininas e quando digo isso não é que não exista calça feminina. Nada disso. Quero dizer de roupa que é só de mulher como o vestido e a saia (claro falando do Brasil).

Mesmo gostando mais de vestido, eu uso calça também. Temos várias atividades em que absolutamente não é recomendado um vestido ou saia. Qual irmã nunca teve desconforto para subir no ônibus, por exemplo? Que dirá da prática de esporte, e determinadas atividades profissionais…
Por outro lado, qual mulher não prefere um vestido quando vai à uma festa?

A dica ou conselho é sempre a de buscar o bom senso e a decência, mas sempre segundo o critério cristão e com liberdade, nunca por imposição.

Uma coisa que acho muito bela é diferença entre gêneros. Deus fez homem e mulher diferentes para se completarem. Nunca foi plano de Deus que o homem usasse isso para criar um sistema machista opressor contra as mulheres. Vejo como uma obra diabólica essa tendência em querer igualar (fisicamente falando) aquilo que Deus fez diferente.

Diante de tudo, ficam as questões…

Você acredita que foi o Senhor quem revelou que as mulheres da maranata, do Brasil, não devam usar calça comprida, já que nos outros países elas usam? Essa regra não é dita declaradamente, mas o padrão é estabelecido no dia-a-dia dentro da seita.
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As mulheres da maranata não usam calça comprida, porque foi uma proibição super-única-teóloga- da “pastora” da obra?

Você acha que o pes não libera a calça comprida para as mulheres, porque assim elas ficariam muito cobertas, já que na cúpula do pes-GG, tem Don Juan?

Você acha que pode usar calça, mas deve evitar aquelas do tipo adesivas, tão apreciadas por algumas irmãs inclusive esposas de pastores?

Acho que cada irmã deve ter liberdade para escolher o que vestir de acordo com suas necessidades, possibilidades, atividades que vai exercer; mas, o que deve prevalecer é seu relacionamento com Deus, a decência e bom senso. Nunca uma imposição do pes-GG-super-única-teóloga-”pastora da obra”.

Podemos usar calça fora da igreja, para trabalhar, praticar esporte, mas, na igreja, não porque é um lugar santo?

As irmãs que têm funções na igreja não podem usar calça comprida nem dentro nem fora da igreja. As outras estão liberadas?

Você acha que calça não é roupa de mulher e por isso considera pecadora quem a usa?

Você acha que não tem problema nenhum usar só para praticar esportes ou quando o trabalho exige?

Qual é a roupa mais adequada para uma serva usar, a saia ou a calça?

Você como serva, acha errado usar calça?

Se você usa somente saia ou vestido, você se considera mais santa que as outas irmãs?

Você acha que quem usa calça comprida não vai para o céu?

Você já procurou na Bíblia sobre qual é a roupa que Deus quer que as mulheres usem?

A maranata diz que não prega usos e costumes, mas se você usa calça comprida não pode exercer nenhuma função na igreja?

O pes está sendo sincero quando diz que não interfere nos usos e costumes dos membros?
Uma coisa é certa, toda vez que nos desviamos da palavra de Deus, vem a confusão. E sempre o desvio é para subjugar alguém, neste caso as mulheres. Isto é do maligno.
Seguem abaixo alguns textos bíblicos que nos confortam:

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.” João 8:36.

“Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.”Romanos 7:6.

“Vede, porém que esta nossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos.”lCor.8:9

“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.”llCor. 3:17

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes servos uns dos outros, pelo amor.”Gl.5:13
“Assim falai assim procedei, como devendo ser julgado pela lei da liberdade.”Tiago 2:12.
“Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretextos da malícia, mas vivendo como servos de Deus.”l Pe. 2:16″

Concluímos então que não há uma vestimenta padrão que identifique uma serva cristã séria, pois isso não é definido na Palavra, mesmo porque Deus não citaria o assunto somente no VT, como nós mesmos introduzimos o texto de Deuteronômio na enquete, e não abordaria o tema em nenhum momento no NT.

Se alguma uniformização é disseminada na seita, não há nenhuma base para isso e, pelo visto, nem aceitação há pela própria membresia feminina, que muitas vezes é obrigada a “nadar conforme a maré”, para não se achar um peixe fora d’água dentro da icm, mas que, dependendo das circunstâncias, não deixa de fazer uso da calça. O agravante também é que muitas são pegas usando calça e são discriminadas dentro do meio, inclusive sofrendo afastamento (banco), no caso de exercerem alguma função dentro da maranata.
Viva a liberdade em CRISTO, que nunca estará fora do agrado de quem realmente deveria ser o mais interessado no assunto, mesmo porque a Palavra define o nosso corpo como templo do Espírito Santo, e se todas as irmãs lembrarem desse conceito bíblico, não estarão errando na vestimenta que estaria condizente com uma suposta “moda cristã”, considerando padrões de discrição, aqui tão evidenciado.
A Paz do Senhor Jesus a todos!
Alandati.
Texto base: Eurípia Inês.
Organização: Alandati.

Responder para: Getulio

 
  Nome: Luciana Em: 16/07/2013 | 17:51:39 E-mail: -
Comentários:
EU ME SINTO COMO ESSE IRMÃO, TAMBÉM NÃO FAÇO DISTINÇÕES, POIS O CAMINHO DE JESUS É MUITO MAIS DO QUE VESTIR UM SAPATO DE BICO FINO, POR UM VESTIDO BONITO, AE CHEGAR NA IGREJA SENTAR FICAR LÁ POR (OBRIGAÇÃO) E DIZER QUE TO "SERVINDO" À DEUS MUITO COMODO ISSO.

EU USO CALÇA COMPRIDA SIIIIMMMM POR QUE SINTO FRIO E AS VEZES TO SEM MEIA CALÇA LIMPA, MAS NAO ANDO ESCANDALOSA SEMPRE COM DISCRIÇÃO E MUITO VESTIDA E DEUS NUNCA JAMAIS ME DEIXOU DE LADO POR CONTA DISSO, OU NAO ME ATENDEU A ALGUM VOTO.. GRAÇAS A ELE PELO MENOS 2 VEZES NO MES ME LEVANTO PARA AGRADECER AS GRAÇAS E OS VOTOS ATENDIDOS PORQUE EU O AMO DE PURO E SINCERO CORAÇÃO, NAO ADIANTA NADA TER UMA "APARENCIA" E TER UM CORAÇAO FRIO E SER UM ORGULHOSO..
A PAZ DE DEUS!

Responder para: Luciana

 

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